Precisamos falar sobre o filme "Toque de Mestre"
- Samu Saint
- 15 de out. de 2016
- 2 min de leitura

Toque de Mestre: Um não raro caso onde o instrumento ofusca seu próprio músico
Em primeiro lugar, ao se tratar da obra que iremos abordar é importante desassociar a ideia do filme de nome parecido que trata sobre um grupo de mágicos. Embora o roteiro escrito por Damien Chazelle seja também muito fantasioso, aqui pelo menos existe um bom diretor que consegue contornar os deslizes. Ou metade deles.
Trabalhar com as ideia do contraste do que ocorre nos bastidores de grandes espetáculo e do que é mostrado no palco é sempre interessante, porém aqui o conceito é levado ao extremo: Temos um pianista que no concerto mais importante de sua vida começa ser ameaçada no palco por um ameaçador desconhecido, que começa soprar em seu ponto de ouvido. Não há como negar que a ideia é promissora, porém no crescente ritmo da narrativa a direção valorizou mais o piano do que o pianista em si, portanto aos poucos começamos parar de seu preocupar com ele, pois o mesmo parece tão confiante e racional em meio ao incidente que boa parte da tensão se esvai nisso. A bela fotografia porém, nos mantem vidrados, com lindos e indiscretos closes avermelhados, talvez para compensar o que deveria ter de sangue em um filme de suspense, o que é moderadamente louvável.
O papel do pianista enrascado mas sempre arrumadinho fica para nosso eterno Frodo, Elijah Wood, que trabalha o tempo todo com muita precisão, sem deixar em momento algum o ritmo cair. Outro característica do filme que merece aplausos é a trilha-sonora: pontual, sutil e balanceada. Desta forma, comparado a ``Truque de Mestre´´, ao findar o concerto esta película tem bem mais aspectos de um verdadeiro espetáculo.
SAMU SAINT
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